O Aedes aegypti é uma das espécies de mosquito mais perigosas do mundo. É responsável por transmitir muitas doenças em humanos, entre elas a dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela.
Na natureza ocorre principalmente nas áreas mais quentes e úmidas do planeta, mas como é um inseto que se adapta muito rápido e apresenta grande capacidade de reprodução, já é encontrado em áreas com clima mais ameno, onde o homem modificou o ambiente e criou condições que facilitaram muito a sua reprodução. A ação do homem é um dos fatores que mais dificulta o controle desses insetos, o que contribui muito para as epidemias que frequentemente ocorrem durante os meses mais quentes do ano.
É um mosquito pequeno, mesmo quando comparado com outras espécies. Seu corpo mede menos de um centímetro de comprimento. Seu colorido chama muito a atenção. Seu corpo e patas (que são finas e longas) podem ser marrons ou pretos, e são recobertos com pequenas manchas e listras brancas. As fêmeas precisam de sangue para a formação dos seus ovos, e por isso possuem uma espécie de “tromba”, que é capaz de perfurar a pele, quase sem causar dor nenhuma, e funciona como um “canudo” para “chupar” o sangue humano, mas também podem ser vistos picando alguns animais como cães, gatos e até mesmo aves. Essa espécie é mais ativa durante o dia e prefere se reproduzir em áreas urbanas, onde encontra um número muito grande de locais naturais (bromélias, bambus outras plantas) e recipientes artificiais que acumulam água parada como calhas nos telhados, pneus velhos, latas, garrafas e vasos e mesmo em cascas de ovos, tampas de garrafas e plásticos mal guardados que recolhem e acumulam água da chuva.
O ciclo de vida do Aedes aegypti se inicia quando uma fêmea, fecundada por um macho, coloca seus ovos em um depósito de água parada, preferencialmente à sombra e sem muito movimento. Os ovos de Aedes aegypti são muito numerosos, podendo chegar a quase 200, que as fêmeas distribuem em vários criadouros. Depois de um determinado período de tempo, pequenas larvas, muito ativas saem dos ovos e começam a se alimentar de nutrientes que encontram na água. As larvas passam por várias fases de desenvolvimento e se transformam em pupas, que param de se alimentar e ficam respirando através de um tubinho do seu corpo que fica na superfície da água. Finalmente, as pupas se transformam em adultos, que saem da água e começam a voar em busca de alimento e reiniciar todo esse ciclo novamente.
Nos casos em que a fêmea estiver contaminada com o vírus da dengue, ela pode passar os vírus para os ovos e seus filhotes, que já nascem com a capacidade de provocar a doença.
Como o mosquito Aedes aegypti é um dos principais responsáveis pela transmissão de doenças em todo o mundo, existem vários programas de saúde pública, e muita pesquisa para controlar esse mosquito. Mas sabemos que a grande maioria dos locais onde se reproduzem são encontrados principalmente nas casas das pessoas, e é impossível obter sucesso no seu controle sem a participação ativa e permanente das pessoas, uma tarefa importante que deve ser realizada por todos.
Algumas medidas simples, mas muito eficazes para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti em residências são:
- Remover os depósitos de água parada
Como o mosquito Aedes aegypti precisa de água para se reproduzir, a remoção da água parada regularmente, ao menos uma vez por semana, é uma das medidas fundamentais para evitar a proliferação do mosquito. Vale a pena lembra de novo: nas residências os locais onde mais frequentemente encontramos condições ideias para o desenvolvimento dos ovos desses mosquitos são os vasos de plantas, calhas, recipientes de água parada, pneus, garrafas e latas.
- Recipientes de água sempre cobertos
Caixas d’água, tanques, baldes e ouros tipos de recipientes necessários para armazenar água que não podem sem esvaziados ou eliminados devem ser protegidos para evitar a entrada das fêmeas de Aedes aegypti para impedir que depositem seus ovos na água. As tampas desses recipientes precisam estar muito bem ajustadas, não ter rachaduras e devem ser verificadas frequentemente. Lembre-se: O Aedes aegypti é um mosquito pequeno, voa muito bem e é mestre em encontrar meios de se reproduzir.
- Cuide corretamente do seu lixo
O lixo mal acomodado permite a proliferação do mosquito Aedes aegypti com facilidade. Tome medidas para que o lixo que é produzido na sua residência seja descartado corretamente nas datas que permita seu recolhimento rápido, impedindo o acúmulo e seu espalhamento por animais ou pelas chuvas. As lixeiras e outros recipientes devem ser limpos e bem fechados.
- Limpeza regular de áreas ao redor das casas e edificações
Áreas com acúmulo de sujeira, detritos e materiais em desuso, além de plantas muito agrupadas e sem cuidados, criam condições para o mosquito Aedes aegypti proliferar com facilidade. Mantenha a casa e o quintal sempre limpos, ordenados e, quando possível, elimine os objetos desnecessários e o excesso de folhas, galhos, etc.
- Instale barreiras para o mosquito
Telas em portas e janelas ajudam muito a evitar que o mosquito Aedes aegypti voe para dentro da sua casa. Assim com as tampas das caixas d’água, as telas das janelas e das portas devem ser verificadas com frequência para que não apresentem rasgos ou buracos.
- Areia nos vasos de plantas
Manter plantas no arredor e no interior das casas sempre foi um hábito muito saudável e popular, esse costume aumentou bastante durante a pandemia de COVID-19. Mas esse hábito traz um sério problema, é comum que a água que utilizamos para regar as plantas seja recolhida em pequenos pratos colocados abaixo dos vasos, e, se não tomarmos cuidado, as fêmeas de Aedes aegypti podem colocar seus ovos nesses recipientes. Para evitar isso, coloque areia nos vasos de plantas, isso mantém a umidade e ainda evita o depósito de água e a proliferação de mosquitos. Em alguns modelos de geladeira também existe um compartimento inferior para recolher a água do degelo. Verifique se sua geladeira tem esse dispositivo, e caso o encontre, passe a retirar a água depositada para evitar o risco de mosquitos na sua casa.
- Uso de inseticidas e repelentes
O uso de inseticidas domésticos (esses que podemos comprar no comércio em geral), assim como o uso de repelentes, que são aplicados diretamente sobre a pele, podem ser muito úteis para evitar as picadas de mosquitos. Mas essas medidas DEVEM ser tomadas com MUITA moderação, e seguindo RIGOROSAMENTE as indicações do fabricante ou as instruções da bula. Em qualquer sinal de intoxicação, DEVE-SE procurar orientação médica o mais rapidamente possível.
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